Existem muitos mitos sobre SEO que os proprietários de sites e blogs ainda acreditam. Esses mitos se espalharam porque o algoritmo do Google é uma espécie de “receita secreta” que não pode ser desvendada por completo.
Logo, inúmeros mal-entendidos, desinformações e equívocos aparecem pelo fato das pessoas, muitas vezes com boas intenções através de “engenharia reversa”, tentarem prever o que o Google deseja e espera.
Isso é bom, por um lado, porque muitas medidas se provaram ser boas para SEO e é ruim, por outro, por espalhar diversos mitos sobre SEO.
Felizmente, nos últimos anos o Google tomou medidas consideráveis que o tornaram mais transparente. Seja por meio de divulgações próprias dizendo o que tem mais relevância em seu algoritmo, seja por pessoas internas confirmarem informações que, até então, eram apenas suposições.
Nomes importantes, da própria Google, como o John Mueller, Gary Illyes e Danny Sullivan, ajudaram bastante a comunidade de SEO e esse post é fruto direto dessas contribuições. Esperamos que goste do conteúdo.
Já escrevemos sobre erros de SEO que não podem ser cometidos (em hipótese nenhuma). Recomendamos também a leitura desse artigo.
O que é SEO?
SEO é a sigla para Search Engine Optimization, que significa otimização para os mecanismos de busca. De forma geral, SEO é toda estratégia utilizada para fazer com que a sua página seja uma das primeiras na pesquisa do Google. Se feito com maestria e em uma perspectiva a longo prazo, é possível conseguir posições regulares no ranqueamento que te garantirão mais visitas, cliques e vendas.
Quais os principais mitos sobre SEO
Conheça os principais mitos sobre SEO que você precisa saber para não errar e sofrer punição do Google.
1. O Google pune sites com conteúdo duplicado
Conteúdo duplicado ou readaptado é algo natural da internet e a Google entende isso. Apesar disso, o objetivo dele é mostrar a página mais relevante e com a máxima qualidade possível, para que o público não encontre o mesmo conteúdo repetidas vezes nos resultados de busca.
Logo, se o seu conteúdo for duplicado, ele não será punido, porém, o Google tenderá a mostrar apenas o resultado original ou o considerado “mais importante”.
Para ter ainda mais certeza de que a página original será recomendada e evitar problemas quanto ao buscador, existem recursos interessantes como as tags canônicas, inclusão de sitemap e links internos apontando para a página principal.
2. Métricas sociais ajudam na classificação do seu post
Um mito bem comum é que quanto mais vezes seu post for compartilhado nas redes sociais, mais chance ele terá de ser mostrado aos usuários durante a busca. Entretanto, uma coisa não tem nada a ver com a outra. O próprio John Mueller, do Google, afirmou isso.
No entanto, por que os resultados que mais aparecem no Google também tem muitos compartilhamentos sociais?
Porque mais compartilhamentos levam a mais exposição, o que pode ocasionar mais links para seu site, e também porque páginas com boa classificação no Google, tem naturalmente mais tráfego.
Portanto, não é que sites com mais compartilhamentos sociais possuem melhor ranqueamento. É o oposto. Sites com melhor ranqueamento tendem a ter mais compartilhamentos sociais.
3. Técnicas de otimização são mais relevantes que o conteúdo
Dentre os mitos sobre SEO, esse foi o que mais ouvimos nos últimos dias. Técnicas de otimização ajudam e fazem parte da rotina de tornar um site alcançável pelo público através dos buscadores. Sem elas, o conteúdo não seria encontrado pelo usuário, com raras exceções. Entretanto, o conteúdo tem fator primordial porque ele é avaliado diretamente pelo usuário.
Caso não saiba, o Google não apenas lê o seu texto e avalia se é bom ou não. Ele avalia o feedback do usuário em relação ao seu conteúdo. Se o usuário passou mais ou menos tempo na página. Se compartilhou ou não o conteúdo. Se abandonou a página ou navegou mais dentro do site.
Logo, otimize seu site ao máximo, mas escreva para pessoas, não para algoritmos. Pode parecer contraintuitivo, principalmente por sempre que a comunidade fala em SEO, pensarmos logo no Google, mas conteúdos de qualidade, na visão do usuário, tendem a ter um alcance significativo.
O Youtube, por exemplo, quando recomenda vídeos não otimizados (a maioria), recomenda baseado na definição de quem você é (sua persona) e qual conteúdo ele acredita que servirá para você com referências de outros espectadores.
4. É só instalar um plugin de SEO no WordPress que está tudo resolvido
É um dos mitos sobre SEO que mais se espalham na comunidade WordPress. Plugins e ferrametnas de SEO são realmente úteis e te permitem alcançar resultados surpreendentes. Mas não basta instalá-los. É necessário utilizar suas funções da forma correta, ter uma boa estratégia de conteúdo e manter um vínculo com o Google por ferramentas como o Search Console.
O Yoast SEO, antigo SEO By Yoast, por exemplo, possui funções relativas a Sitemaps, checklist pré-publicação, aparência de metadados da pesquisa e muito mais. É praticamente impossível ter bons resultados sem ele, porém, fazer só o que o plugin pede não te difere da concorrência.
O que te dá vantagem em relação aos outros sites e blogs é oferecer ao seu leitor exatamente o que ele espera da busca realizada, dando respostas completas e práticas para os visitantes resolverem determinado problema ou dúvida.
5. Os resultados de SEO são rápidos de alcançar
Visando vender mentorias ou cursos sobre SEO, muitos profissionais acabam espalhando a ideia de que resultados de SEO são fáceis e rápidos de conseguir. Entretanto, a realidade é que é necessário meses de investindo para ranquear, de forma proveitosa, uma página ou outra.
É por isso que, além da otimização, é essencial investir em pesquisa de palavras-chave e produção de conteúdo em massa. Porque determinado conteúdo não terá resultado nenhum (e tudo bem, faz parte do jogo) e outros terão resultados interessantes, somando positivamente na quantidade de tráfego recebida pelo seu site.
Uma forma clara de ver isso é entendermos a concorrência para cada palavra-chave. Se quiser ranquear alguma página para a keyword “marketing”, essa missão é praticamente impossível, porque apenas grandes portais, com autoridade já reconhecida, conseguem espaço para essa busca específica.
Entretanto, se deseja ranquear para “marketing digital para donas de casa”, a concorrência é menor e as chances de aparecer na primeira página é bem mais considerável.
Isso acontece porque palavras-chave de cauda longa (com mais termos digitados durante a busca) tendem a ter concorrência menor. Na tabela abaixo mostramos, de forma simplificada, a diferença entre palavras-chave de cauda curta e cauda longa.
| Palavras-chave de cauda curta | Palavras-chave de cauda longa |
| Como se vestir bem | Como se vestir bem para uma festa de debutantes |
| Como fazer pão de queijo | Como fazer pão de queijo vegano na air fryer |
| Como digitar mais rápido | Como digitar mais rápido no computador sem machucar seus tendões |
De forma geral, palavras-chave de cauda longa são bem mais específicas e por isso é possível escrever artigos voltados idealmente para elas.
6. Receber links de outros sites é uma coisa boa sempre
Ser linkado por outros sites (o famoso backlink) é positivo para SEO, sem sombra de dúvidas. Cada link para seu site é uma espécie de “voto” que outros criadores dão a você, dizendo ao Google que seu conteúdo vale a pena e merece ser recomendado. Então por que receber links de outros sites está aqui numa lista de mitos de SEO?
Porque o Google avalia o contexto desses links para evitar fraudes. Por exemplo, se o seu blog é sobre culinária e começa a receber links de sites de moda, o buscador não vê uma relação direta entre esses dois temas e entende que alguém pode estar tentando manipulá-lo.
É por isso que receber links de sites do mesmo nicho é um indicativo poderoso de SEO. Logo, se seu blog é de finanças, por exemplo, receber links de outros sites de finança é algo ótimo.
7. Textos longos sempre performam melhor que textos curtos
Um dos mitos de SEO que muitos ainda acreditam é que artigos de 6 ou 8 mil palavras performam melhor que um de 800. A questão é não haver garantia alguma de que um post maior terá melhores resultados.
A blog da Wix, por exemplo, verificou que artigos entre 1500 a 2500 palavras tiveram melhores resultados. Porém, é bastante comum, em pesquisas convencionais, encontrarmos posts na primeira página que mal possuem mil palavras.
Isso acontece porque o Google avalia o comportamento do usuário em relação à página e não apenas a página em si. Se determinado visitante encontrou uma página pequena, mas teve seu problema solucionado, não há porque o buscador indicar um conteúdo massivamente maior para o usuário. É contra intuitivo.
O importante é cada um dos seus artigos serem concisos, objetivos e completamente bem explicativos, no sentido de não deixarem nenhuma dúvida para o usuário. Dessa forma, o Google reunirá métricas o suficiente para saber que seu conteúdo é o que a maioria dos usuários estão procurando quando digitam a palavra-chave correspondente.
8. Usar palavra-chave do nicho no domínio te faz ter mais resultados
Antigamente, a orientação era a seguinte: vai fazer um blog sobre psicologia? Use o termo “psicologia” no nome de domínio. Vai fazer um blog sobre aparelhos auditivos? Use o termo “aparelhos auditivos” no nome de domínio.
Isso era verdade e gerava resultados significativos. No entanto, no algoritmo atual, a usabilidade da página (velocidade, clareza e organização) e o conteúdo são bem mais relevantes, ao ponto de tornarem o nome do domínio praticamente irrelevante.
“Então posso usar qualquer nome de domínio?”. Pode, já que isso não impactará diretamente nas buscas, mas é recomendável ser relacionado ao seu nicho por possibilitar maior clareza ao usuário que está acessando a página.
Afinal de contas, convenhamos que seria estranho um site chamado “autoridade automobilística” possuir artigos sobre “como a crise política da Ásia afeta a América do Sul”, não é mesmo? Claro, o exemplo foi exagerado, mas muitos sites acabam escrevendo conteúdos com áreas relacionadas, como blogs de design ensinando marketing ou blogs de coachs ensinando assuntos relacionados a psiquiatria.
Tome cuidado para não confundir o usuário, porque quanto maior for a taxa de rejeição (taxa que diz respeito a taxa de usuários que acessam sua página e abandonam logo em seguida) pior serão seus resultados no Google.
9. Se o conteúdo for maravilhoso, isso é o suficiente para aparecer na primeira página
Conteúdo é rei, com toda a certeza. Mas há muito além do conteúdo a ser considerado pelos buscadores. Por que? Porque boa parte dos sites maiores possuem equipes de escritores trabalhando arduamente. Isso significa que uma boa parcela do mercado já possui artigos de muita qualidade e um conteúdo surpreendente.
Não nos entenda errado. Seu conteúdo precisa ser bom, mas ser bom em um mar de ótimos conteúdos, é chover no molhado. É por isso que outros fatores acabam se tornando relevantes, como:
- Quantidade de backlinks de qualidade.
- Otimização da página, incluindo imagens, cache e outros recursos.
- Usabilidade impecável.
- Adaptação para diversos tamanhos de tela: responsividade.
No final das contas, tudo se trata da junção de um conteúdo incrível com otimizações necessárias para que o usuário não tenha problemas em interagir com ele.
10. É só repetir a palavra-chave várias vezes para ter sucesso com SEO
Por último, deixamos um dos mitos sobre SEO mais difundidos: o de que basta citar a palavra-chave diversas vezes que o buscador entenderá que seu artigo estará otimizado.
Por incrível que pareça, o Google pune sites que otimizam demais, por entender que estão tentando manipular o algoritmo ao invés de produzir conteúdo de qualidade para os visitantes.
Nesse momento, é comum algumas pessoas acharem esse comportamento do Google contraditório, pois se você não otimizar seu site, não tem resultado, mas se otimizar demais é punido.
Entretanto, esse “otimizar demais” é otimizar de forma completamente não razoável, algo que só alguém com má intenções conseguiria fazer, como repetir a palavra-chave de forma desonesta.
Conclusão: mitos sobre SEO
Nesse artigo vimos os 10 principais mitos sobre SEO. Esperamos que esses mitos parem de ser espalhados e que você tenha mais clareza de como construir uma estratégia sólida de otimização para mecanismos de busca.
Caso tenha tido alguma dúvida na leitura desse conteúdo, por favor, nos envie um comentário através do formulário no final do post. Queremos ter a certeza de que todos os mitos foram realmente eliminados.
Obrigado por ler até aqui. Até o próximo conteúdo!
